1
a
mulher começou a fumar
não
havia nenhum fumante na família
ocorrendo
certo desconforto
–
desde sempre, pelo que se lembrava –
quando
fumavam perto dela
o
turno na noite
– em
um estacionamento de shopping –
convidava
à solidão
às
vezes
no
descanso do lar, ocorria de ouvir
o
som dos pneus, riscando o chão
quando
manobravam antes da rampa
2
se
lembrava da mãe comentar
–
com uma ponta de ironia –
que
se não estudasse acabaria secretária
fato
que lhe parecia
– no
momento
– convenhamos!
–
melhor
do que aquilo
o
pai amenizava
contava
nos dedos os diplomados
– só
no seu lado da família –
que
terminaram assim:
“muito
trampo / pouca grana”
uma
tia
– um
tanto distante na genealogia –
–
ele frisava –
tinha
devorado os livros
e terminara
em um caixa de supermercado
“contando
o dinheiro dos outros”
3
certa
noite
pegou
um guimba no chão
–
perto de onde os carros manobravam –
e
deu o primeiro trago
não
havia um único fumante na família
ela
pensava entre um &
outro trago
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